“O mundo está a olhar para Portugal para perceber o que vai acontecer a seguir.” Com esta frase, Naomi Burke-Shyne, directora executiva da Harm Reduction International, que reúne, no Porto, centenas de especialistas na 26.ª Conferência Internacional de Redução de Riscos, consegue, por um lado, mostrar que Portugal continua a ser um exemplo à escala internacional, desde que, em 2001, descriminalizou o consumo e posse para uso pessoal. Mas a mesma frase serve para lembrar que o famoso “modelo português” corre o risco de ficar estagnado, se não forem dados os passos seguintes: da distribuição de naloxona, às salas de consumo assistido, as quais, apesar de previstas na lei há quase duas décadas, só agora começam, e de forma titubeante, a sair do papel.